Sexta-feira, 6 de Julho de 2007
Mais Sophia
Vai estar à venda a partir de 12 de Julho o livro A Sophia. Trata-se de uma homenagem de vários escritores a Sophia de Mello Breyner Andresen organizada pelo PEN Clube Português. O presidente do clube, Casimiro de Brito, organiza a edição. Eu sei que sou suspeita, mas esta é mais uma homenagem merecida. Fico sempre feliz quando a minha Sophia, que tantas vezes dá voz ao que vai na minha alma, é recordada com carinho. A ver vamos o que este livro nos reserva. Ainda assim esta poetisa ainda não é estudada a fundo, levada verdadeiramente a sério. Lembro-me dela vagamente, embeirada numa página do livro de Português do 12º ano, convivendo no T1 do capítulo Outros Poetas do Século XX. Sim. Afinal houve uns outros tipos para além do Pessoa que escreveram umas coisas lá mais para o fim. Claustrofóbicos, com ela, estavam ainda José Régio, Jorge de Sena... . É triste. E nem na faculdade, num curso de literatura, acho que estes nossos Poetas foram levados verdadeiramente a sério. Foi mais do mesmo. Pessoa é grandioso, não digo que não. Mas há mais poesia para além dele. Há mais vida para além da prosa da Teolinda Gersão e "amigas".Gosto de Sophia sobretudo por saber cantar o mar como mais ninguém foi capaz. A sua poesia é cristalina, cheira a maresia e nela ouve-se os sons dos búzios de cós. É plena de energia como uma onda a rebentar incessantemente na praia. É sinestésica.
E mesmo dizendo tudo isto estou a ser cruelmente redutora. Sophia não foi beber apenas ao Mar. Soube deitar-se no mármore branco do Parténon e sentir o sol dos mitos gregos, do berço da civilização. E tal como sentiu a euforia, sentiu a disforia humanas. Um país de pedra e vento duro. Gritou pela liberdade, gritou por todos os lábios mudos.
A bela e pura
A bela e pura palavra Poesia
Tanto pelos caminhos se arrastou
Que alta noite a encontrei perdida
Num bordel onde um morto a assassinou.
Estou...:
De Olinda Gil a 6 de Julho de 2007 às 14:19
Sim... também eu ainda não me recompuz do trauma da Teolinda & Companhia... Quando vejo os livros na estante, dá-me vontade de fazer aquelas fogueiras dignas do Santo Ofício!
E viva Sophia
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