A memória tem destas coisas. Tanto se esfuma aquilo que acabámos de ouvir ou ler e jamais conseguiremos repetir como, num clik automático, relembramos cheiros, sons, imagens que pensávamos perdidas para sempre no passado. Assim foi com este clip de vídeo: Paul McCartney - We all stand together.A música que fez as delicias da minha infância e povoou de ternura tantos e tantos momentos. Hoje, passeava eu pelo Sapo Vídeos, quando recordei com um clik a "música dos sapinhos" como eu lhe chamava. Bastou ver a imagem do réptil rechunchudo de batuta que, como por magia, regressei aos idos anos 80 e uma melodia surgiu não sei vinda de onde: "bbum, buum, buum, buum....ai... y ai...". Nem eu mesma tinha a consciência que alguma vez pudesse sabê-la de cor. Mas, afinal sapere core, se a memória das minhas aulas de latim já idas não me engana, significa saber de coração. E o que está no coração está, afinal, sempre connosco.
E melhor de tudo, foi hoje aperceber-me do que falava realmente a canção.
"Noblesse oblige" por isso aqui vai. Confesso que foi um processo algo doloroso e nostálgico, porque isto de escolher "o dia mais, o dia menos, o prato preferido, etc.." obriga-nos a renegar todas as outras coisas da vida e pôr-lhes uma faixa de "dama de honor", "miss simpatia" ou coisa parecida. É chato escolher, mas como só pode constar um finalista e, na impossibilidade de uma votação via 707... olhem... vai mesmo assim... .
Primeiro Desafio
O dia mais triste da minha vida foi quando a minha mãe adoeceu.
O dia mais feliz da minha vida foi quando finalmente me disseram "gosto mesmo de ti e de estar contigo".
O meu filme preferido é Vida é Bela.
A minha poetisa preferida é Sophia de Mello Breyner Andersen (tem paciência Olinda, mas também é a minha! E quando me oferecerem os livrinhos dela editados na Caminho também vai ser um dia muito muito feliz na minha vida).
A minha comida preferida é bacalhau assado com batatas a murro (salivando...)
Sou muito inconstante emocionalmente e muito sonhadora .
A minha viagem de sonho é dar a volta ao mundo por todas essas paisagens marítimas que existem.
Gosto de ficar sozinha a olhar o mar, num dia frio, inspirando a maresia...
Segundo Desafio
As sete maravilhas da minha vida:
A minha família
O Amor
O mar
O bodyboard
Os amigos
Os livros
A fotografia
E o ultimo desafio é redondamente falhado porque não conheço 7 bloguers activos... A não ser que peça às vedetas, donas dos blogues que eu costumo visitar...
Diz Schopenhauer que “A morte é o génio inspirador, a musa da filosofia. Sem ela ter-se-ia dificilmente filosofado”. A Morte atravessa tempos e culturas porque ela é o que está por detrás das grandes interrogações da humanidade, às quais ainda ninguém pôde responder: qual é o sentido da vida se estamos destinados a morrer? O que existe para lá da Morte?
O que existe para lá da Morte não sei, nem pretendo vir a saber tão cedo. Se há algo que eu Amo é a vida, é viver e PARAR para SENTIR que estou a VIVER. Faço-o em cada gargalhada, em cada lágrima, em cada palavra de amor... em cada milagre da natureza que tenho o privilégio de aproveitar, seja numa onda perfeita, seja em mais um pôr-do-sol... .
Muita gente me pergunta o porquê e torce o nariz quando explico o tema da minha tese. Ser confrontado a todo o momento com a perpectiva da nossa própria efemeridade é deveras arrasador. Ainda para mais, fazendo-o numa perpectiva cientifíca. Ainda para mais, fazê-lo na força da juventude, no tempo dos sonhos ainda por realizar. O que me fascina afinal neste tema? Dou-vos uma pista: os últimos dias têm sido exemplares. Dez anos após a sua morte Diana continua a ocupar a agenda pública. E a sua ausência torna-a mais presente do que nunca.
A Morte é, em si mesma, o maior antagonismo que existe. É, em última análise, ausência de Vida, mas é apenas nessa ausência que ela tem poder para existir. A Morte de pessoas famosas constitui hiperbolização desta mesma capacidade: tornam-se mais presentes do que nunca, depois da sua ausência. Diana vive, revive, renasce a cada imagem, a cada testemunho, a cada lembrança. Um acontecimento passado, mas que se arrasta dia após dia e se alimenta de si próprio, desdobrando-se num perpétuo de pseudo-acontecimentos. Cada data especial à personalidade adquire aura, torna-se sagrada, sacralizada. A Morte de um famoso não é o fim em si mesmo, mas a "coroação" - para utilizar a expressão de Dayan e Katz - da sua própria Vida. É a cristalização de um mito, outrora vivo, agora remitificado. Aqui o Tempo não tem poder destrutivo. Os verdadeiros Mitos sobrevivem-lhe e ganham cada vez mais forças através dele, subsistindo numa memória colectiva que insiste em não esquecer, mas relembrar para sempre. Celebrar.
Mais um ano de hegemonia brasileira no Sintra Portugal Pro. Não vou dizer nenhuma novidade, já se gastaram rios de tinta e deitou-se muita conversa fora acerca disto mesmo: para quando uma final da etapa em Portugal com ondas decentes? É certo que esta etapa já 12 anos de história e o melhor prize money do tour... mas infelizmente nunca é demonstrativa do verdadeiro potencial de ondas da costa portuguesa. Se queremos que o nosso desporto evolua - a nível de respeito mediático e empresarial - este não é o melhor caminho. Praticantes amadores (e bons!) temos de sobra, títulos já vamos tendo também... mas e o respeito por este desporto onde está? O surf deve ter cerca de metade dos praticantes, muito menos títulos e o triplo da notoriedade! Onde está a diferença? Está na iniciativa de bons eventos a nível nacional... porque não é em casa fechados que se ganha respeito cá dentro e... lá fora. E ter a única etapa do campeonato do mundo em Portugal com ondas medíocres, ano após ano, não é a melhor das publicidades. "Ok esta é mais uma etapa para os brazucas paparem, habituados a ondas pequenas." E sai uma onda dropada até à exaustão e um El Rollo na espuminha. Quando vejo o Villar fazer aquilo larguei a máquina da mão e sentei-me desapontada. No entanto é de louvar os voos, que as fotos bem demonstram, feitos naquelas condições. Não estou a dizer que não é importante saber-se surfar em ondas pequenas. Aliás, estaria a argumentar contra mim mesma... visto que eu própria ainda não dou para mais... . Acho até que um verdadeiro atleta e um campeão do mundo, em particular, deve ser o mais completo possível e saber surfar de tudo um pouco. Apenas estou triste pela constante das "fracas condições", ano após ano, logo na "montra" internacional. Costa não nos falta e, em boas condições, temos ondas que podem competir com os grandes spots de renome mundial. Se a tradição é assim tão importante e os prize moneys também, então que se realizem alternativas, num circuito nacional decente, por exemplo. Quem sabe depois se esses spots descobertos, não ascendam a um lugar internacional. Mas, como em tudo, neste Portugal, é preciso vir um estrangeiro qualquer descobrir uma qualquer maravilha deste cantinho - dentre tantas - e pô-la a render... ou dar-lhe visibilidade. Se isso se passa entre nós, comunidade amadora, quanto mais entre os investidores e patrocinadores? Toda a gente sonha ir surfar às canárias ou percorrer a austrália... mas ninguém se lembra primeiro de experimentar o potencial da nossa costa e das nossas ilhas... . A continuar assim, como é que a coisa não há-de andar estagnada. Só a Vert deste mês tem exemplos do que temos para oferecer por terras lusas.
Eu, cá por mim... vou sonhando em poder um dia voar algures nos Açores, na Madeira, na Costa Vicentina ainda pouco desbravada. E sonhar em conseguir um dia ter nível para tirar verdadeiro proveito delas.