Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem. (SMB)
Pois é, o que é bom acaba depressa e nem tinha desfeito as malas e tirado a prancha do saco, já estava de regresso ao trabalho.
Até dia 26 de Abril vou deixar de ter vida própria por isso, deixo-vos com uma pequena amostra da minha breve passagem pela Madeira. Logo que puder, conto-vos tudo!
Até lá, boas ondas!
Vítima da Nortada. Nem só o mar sofre com o vento. Pelos vistos antes as temperaturas abixo de 10º do mês de Janeiro, do que a nortada destes últimos dias. Constipação, dor de cabeça, febre... e cama. O Blogue tem estado encerrado para restabelecimento do pessoal.
Até lá, vão delirando como eu.... mas por um sítio perfeito, num momento perfeito.
Boas ondas!
Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem.
Poesia II - Sophia de Mello Breyner Andresen 1944
Evadir-me, esquecer-me, regressar
À frescura das coisas vegetais,
Ao verde flutuante dos pinhais
Percorridos de seivas virginais
E ao grande vento límpido do mar.
SophiaM.Breyner in Dia do Mar IV
Nada trazem consigo. As imagens
Que encontram, vão-se delas despedindo,
Nada trazem consigo, pois partiram
Sós e nus, desde sempre, e os seus caminhos
Levam só ao espaço como o vento.
Embalados no próprio movimento,
Como se andar calasse algum tormento,
O seu olhar fixou-se para sempre
Na aparição sem fim dos horizontes.
Como o animal que sente ao longe as fontes,
Tudo neles se cala para auscultar
O coração crescente da distância,
E longínqua lhes é a própria ânsia.
É-lhes longínquo o sol quando os consome,
É-lhes longínqua noite e a sua fome.
É-lhes longínquo o próprio corpo e o traço,
Que deixam pela areia, passo a passo.
Porque o calor do sol não os consome,
Porque o frio da noite não os gela,
E nem sequer lhes dói a própria fome,
E é-lhes estranho até o próprio rasto.
Nenhum jardim, nenhum olhar os prende,
Intactos nas paisagens onde chegam
Só encontram o longe que se afasta,
As aves estrangeiras que os traspassam,
E o seu corpo é só um nó de frio
Em busca de mais mar e mais vazio.
Sophia de Mello Breyner Andresen in, Poesias I-III (1944)
Foto: LaraR- Pontão Praia Nova - Caparica - Janeiro08
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